Com espírito renovado, voltamos para nossas famílias, comunidades e demais espaços de vida, depois da rica experiência ecumênica e inter-religiosa de partilha, celebração, festa, encontro, acolhida e compromisso, vivenciados no 32º Curso de Verão, de 09 a 17 de janeiro de 2019: POR UMA CIDADE ACOLHEDEORA: SOMOS TODOS MIGRANTES.
O Curso foi organizado pelo Centro Ecumênico de Serviços à Evangelização e Educação Popular – CESEEP, em parceria com a Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e o Teatro da Universidade Católica (TUCA), com outras pessoas, entidades, movimentos sociais, Igrejas, comunidades e famílias, cada um contribuindo, de forma generosa, para a formação de lideranças pastorais e sociais num grande mutirão.
Neste ano, o curso reuniu 481 pessoas entre participantes (317) e voluntários/as (164). Destes, 70 são monitores/as, 61 são das equipes de serviço (incluindo a coordenação), 7 na assessoria e 26 convidados para os círculos de cultura. Além desse número, passaram pelo TUCA muitos visitantes que chegaram a cada dia para as atividades das manhãs. São pessoas de diferentes Igrejas cristãs, religiões e filosofias de vida e vieram de todas as regiões do Brasil, de outros países latino-americanos, da África e da Europa.
As celebrações e palestras da manhã no TUCA foram transmitidas ao vivo pela equipe de comunicação do Curso, na página do facebook, cujas publicações alcançaram 54 mil pessoas e tiveram mais de 4 mil visualizações, além da divulgação de boletins diários e de publicações (notícias, vídeos, fotos, áudios…) e interações nos sites oficiais do CESEEP e do Curso, no canal do youtube, no instagram, no wathsapp e por email.
Estiveram na abertura do evento e saudaram as/os participantes o Prof. Antônio Carlos Malheiros, representando a reitora da PUC-SP, o Pe. Benedito Ferraro, presidente do CESEEP, a pastora luterana Haidi Jarschel e o prof. Wagner Lopes Sanchez, membros da diretoria da CESEEP, e Dom Flávio Irala, presidente do Centro de Apoio da Pastoral do Migrante – CAMI. Diversas pessoas nos honraram com sua presença no curso entre elas a do padre Antonio Luiz Marchioni (Pe. Ticão) e a do Prof. Luiz Eduardo W. Wanderley. Ressaltamos especialmente a visita do Pe. José Oscar Beozzo, coordenador geral do CESEEP, que aqui esteve no dia 14, data em que completou 78 anos. Pela primeira vez ele não esteve presente em tempo integral devido ao tratamento de saúde.
Convencidos de nossa responsabilidade humana, eclesial e cidadã diante do sofrimento de grupos que se movem por diferentes territórios, em busca de um lugar para viver bem, compartilhar e ver sua cultura, sua espiritualidade e seus sonhos, assumimos o compromisso de:
– Aprofundar nosso conhecimento sobre a realidade das migrações, promovendo e participando de grupos de estudos sobre o panorama nacional e internacional e, especialmente em nossos territórios de atuação e vivência;
– Promover a leitura popular da bíblia em grupos, nas comunidades e movimentos, como ferramenta de libertação dos e para os excluídos, referenciados na metodologia do CEBI;
– Conhecer, divulgar e fiscalizar a execução da legislação sobre os direitos das/os migrantes;
– Participar com consciência sociopolítica da luta pela manutenção, elaboração e implementação de políticas públicas que contemplem, favoreçam e garantam os direitos das/os migrantes e refugiados/as;
– Acolher e aprender a conviver de forma integrada e solidária com as/os migrantes e refugiados, valorizando suas raízes, culturas e respeitando sua fé e expressão religiosa;
– Criar e estimular o desenvolvimento de estruturas e redes de solidariedade para acolher e acompanhar as/os migrantes e refugiados/as em suas necessidades;
– Fortalecer e ampliar os espaços existentes de acolhida, escuta e integração dos/as migrantes e refugiados/as, em especial as crianças;
– Combater e denunciar a xenofobia, a exploração da mão-de-obra e o trabalho escravo que vitimizam os/as migrantes e refugiados/as;
– Utilizar as redes sociais para compartilhar conhecimento sobre a realidade das/os migrantes e seus direitos.
Assumir esses compromissos implica: a) lutar por um projeto de sociedade onde as políticas públicas coloquem pobres e migrantes no centro dos seus interesses; b) desconstruir os paradigmas do modelo de sociedade capitalista; c) respeitar a diversidade cultural e religiosa de todas as pessoas; d) resistir aos retrocessos atuais em relação aos direitos conquistados pelos trabalhadores; e) reinventar os movimentos sociais e pastorais frente aos desafios que a cidade apresenta nos dias atuais.
Agradecidos/as pelo caminho percorrido neste mutirão, temos os nossos olhos voltados para o 33º Curso de Verão, a ser realizado de 08 a 16 de janeiro de 2020 e que terá como tema ESPIRITUALIDADES NA CIDADE: POR UMA DIMENSÃO LIBERTADORA.
São Paulo, 17 de janeiro de 2019.