É com profunda emoção que agradecemos a Deus e a cada uma das pessoas que se deixaram guiar pelo Espírito, a divina Ruah, para seguir prestando o serviço de formação oferecido, a cada ano, pelo Curso de Verão do CESEEP, às comunidades e movimentos populares, com especial atenção às suas jovens lideranças.
Mesmo com a pandemia, todas as pessoas voluntárias da monitoria e das demais equipes de serviço mostraram-se dispostas a seguir com o mutirão. Algumas desejavam, porém, aguardar o fim da pandemia para ofertar o curso de maneira presencial. Outras, motivadas e inspiradas pelo que já vinha ocorrendo com o sistema escolar e demais atividades na sociedade, dispunham-se a enfrentar o risco e o desafio de reinventar o Curso de Verão, desta vez de maneira remota. Na mesma fé de Abraão, “como se vissem o invisível, obedeceram ao chamado e partiram, sem saber para onde iam”(Hb 11, 8). Em meio a perdas de pessoas queridas, lágrimas, cansaços, receio do desconhecido e consciência das próprias limitações, arriscaram sonhar e partir para construir o planejado 34º. Curso de Verão: CUIDAR DA CASA COMUM: POR UMA CIDADE SUSTENTÁVEL.
Como Zilda Arns Neumann, fundadora da Pastoral da Criança, que morreu vítima do terremoto ocorrido na cidade de Porto Príncipe, no Haiti, no dia 12 de janeiro de 2010, no momento em que acontecia o CV daquele ano, respondeu-se ao imperativo da canção: “Põe a semente na terra não será em vão, não te preocupe a colheita, plantas para o irmão”. A colheita, por sua vez, chegou rápida e revelou-se para lá de generosa, com cerca de 53 mil acessos, numa média de 8.500 pessoas que acompanharam diariamente as palestras pelas redes sociais entre 7 e 13 de janeiro. Outras 27 mil acessaram os vídeos e postagens.
A Reitora da PUC-SP, Professora Maria Amália Pie Abib Andery e o Presidente do CESEEP, Pe. Benedito Ferraro endereçaram palavra de boas-vindas aos participantes e externaram o desejo de que pudessem se reencontrar em 2022, na PUC-SP.
Neste ano, o curso foi oferecido sob duas modalidades: uma noturna, com as palestras e momentos de mística, música, arte, debate e intercâmbio sobretudo pelo Chat e outra matutina, em que além das palestras foram organizadas Rodas de conversa acompanhadas por monitoras/es e por assessores/as que partilharam experiências de vida e de intervenções transformadoras nas cidades.
O Curso contou com a alegria de 481 cursistas, 07 assessores, 19 convidados as Mesas de Diálogo e 116 voluntários, com o envolvimento direto de 623 pessoas, que totalizam 881 participações, quando agregamos ao evento noturno, os cursistas que participaram das rodas de conversa.
Eram pessoas de diferentes Igrejas cristãs, religiões e filosofias de vida residentes em todas as regiões do Brasil (80%) e noutros países da América Latina, Caribe, América do Norte, África, Ásia e Europa (20%). O ganho maior foi em relação ao livre acesso a todas as palestras e demais materiais do Curso, que seguem disponíveis para download no YouTube.
O Curso fez memória de pessoas que nos deixaram e prestou sentida homenagem ao Sr. João Andrelino da Animação, a Dom Pedro Casaldáliga, assessor e incentivador do Curso, Dona Júlia Ricardo de Souza da equipe do chá e o José Uilton Soares Junior, jovem padre redentorista da Tenda de Música.
Somos interpelados pela gravidade da conjuntura, pela aceleração da degradação ambiental, pelos milhões de contaminados, desempregados e desamparados e por mais de 200 mil mortos pelo COVID19 e convocados a agir, com a maior urgência.
Em relação ao cuidado com a Casa Comum e à sustentabilidade nas cidades, ASSUMIMOS os seguintes COMPROMISSOS:
1. Pessoais
– Colaborar para uma união de todas as forças democráticas em torno de um projeto de país econômica e socialmente justo, politicamente democrático, ambientalmente sustentável;
– Estimular, em todos os âmbitos de nossas relações o apoio a ações humanitárias;
– Reunir muita gente ao nosso redor para conversar sobre a amorosidade responsável com a natureza e com as pessoas mais fragilizadas.
– Intensificar esforços de fraternidade com os mais empobrecidos.
2. Comunitários e sociopolíticos
– Batalhar para que todos possam ter o direito a Terra, Teto e Trabalho e para que as gestões municipais garantam políticas públicas locais realmente comprometidas com o bem comum e com os cuidados socioambientais.
– Somar esforços independente das diferentes pertenças religiosas, políticas e ideológicas em favor de compromisso planetário para garantir uma nova Economia que promova vida para todos/as (Economia de Francisco e Clara),
– Ampliar ações coletivas que possam colaborar na implementação de possibilidades reais e urgentes para manutenção da vida e preservação da biodiversidade;
– Promover ações sustentáveis e repensar o modelo de consumo, criando espaços de debates e conscientização em escolas, igrejas, associações dos bairros.
– Desenvolver e apoiar os projetos de grupos de mulheres para a recuperação de sua dignidade e aprofundamento da discussão política sobre as necessidades mais urgentes do espaço em que vivem na família, no bairro, no trabalho.
– Garantir políticas públicas locais que estejam comprometidas com o bem comum e com os cuidados ecológicos em sua integralidade.
3. Educativos
– Formar pessoas numa lógica do cuidado nos diferentes ambientes em que convivemos e organizar a discussão acerca dos saberes e experiências populares na construção de alternativas social e ambientalmente corretas;
– Conscientizar a população sobre as queimadas na Amazônia, no Pantanal, no Cerrado e nas reservas ecológicas urbanas e descobrir formas coletivas para frear o processo de destruição do patrimônio socioambiental no Brasil;
– Despertar nas crianças a consciência de que este modelo de consumo destrutivo não pode ser o seu futuro nem o do planeta terra, com quem temos que conviver em harmonia, praticando um consumo sustentável
Dando graças pelo caminho valentemente percorrido, esperamos nos reencontrar, se possível, no TUCA, para o 35º. Curso de Verão, de 06 a 14 de janeiro de 2022, com o tema: EM MEIO À PANDEMIA, RECONSTRUIR A VIDA E A ESPERANÇA.